Qual Pincel Artístico Usar para Iniciar na Pintura em Tela
Olá, pessoal! Tudo bem?
Quando estamos iniciando no mundo da pintura em tela, surgem muitas dúvidas, e uma delas certamente é a escolha dos pincéis. Qual pincel devo usar? Bom, posso te dizer que já usei diversos tipos de pincéis, de cerdas naturais a sintéticas, e é claro que a qualidade do pincel faz diferença no processo da pintura, tanto na facilidade de aplicação do pigmento quanto no acabamento da pincelada. E sim, quanto melhor a qualidade das cerdas, maior a durabilidade do pincel. Mas não se preocupe ou veja isso como uma barreira entre você e a pintura. Bora experimentar, porque uma das coisas mais legais da arte é o senso de liberdade que ela proporciona. Afinal, o certo e o errado na arte são subjetivos. Hoje há uma variedade de tipos de pincéis a preços acessíveis. Antigamente, era mais complicado, principalmente para quem vivia em cidades pequenas como a minha. Tínhamos que nos virar com as opções da papelaria local, e convenhamos, não era o tipo de material em que os donos costumavam investir devido à pouca procura.
Bom, não estou aqui para dizer qual o melhor ou pior tipo de pincel. Até porque é uma ferramenta que facilita nossa mão de obra. Toda ferramenta requer adaptação, prática e estudo, e o uso correto vai facilitar o processo da pintura. Imagine que você precisa ir de um lugar a outro e um carro vai te levar nesse percurso. Independentemente do carro, se ele estiver em boas condições, vai cumprir a tarefa de te levar de um ponto ao outro; alguns mais rápidos e confortáveis, outros nem tanto, mas ambos cumprem o objetivo. Gosto de pensar dessa forma. Aliás, conheço um artista que, quando começou a pintar, morava numa praia isolada, longe de tudo e sem papelarias na cidade. Sua vontade de expressar sua arte era tão intensa que ele produzia seus próprios pincéis e até os pigmentos. Hoje, ele é um dos maiores artistas da minha cidade e uma referência no nosso meio. Seu nome é Wladimir Ferreira.
Os primeiros pincéis que tive acesso foram os de cabo amarelo, aqueles com cerdas achatadas que encontramos com facilidade.
De acordo com o fabricante, suas cerdas naturais são indicadas para cobertura com volume e para pintura em superfícies como tela, painel, mural, tecido, parede, gesso, cerâmica e madeira. Como é um pincel de baixo custo, quero compartilhar com vocês minha opinião e experiência sobre seu uso.
Uso bastante para aplicar tinta PVA e látex. Nos murais que pinto, ele é uma ferramenta indispensável. Ele proporciona uma boa aplicação da tinta látex; o segredo é o ponto da tinta, a diluição correta. Para pinturas mais expressivas em tela, também gosto dele, especialmente com tinta a óleo. Ele retém bem o pigmento e aplica camadas espessas. Não é ideal para pinturas mais suaves ou com pequenos detalhes, mas você pode utilizá-lo na construção dos volumes maiores e optar por um pincel com cerdas mais macias, como o de orelha de boi ou de marta tropical, para definir os detalhes. Para madeira, gosto de usá-lo com tinta PVA e látex. Não recomendo para pintura com tinta acrílica, pois as pinceladas ficam arranhadas, a não ser que esse seja o efeito desejado. Para PVA e látex, esses pincéis respondem bem.
Para passagens mais suaves, a dica é usá-los ainda novos, pois as cerdas longas carregam bem o pigmento.
Suas cerdas se desgastam rápido, mas isso não é um problema. Você pode usá-lo para fazer traços definidos. Mesmo depois de gastos, eles ainda respondem bem, principalmente para filetes.
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Pinceis com as cerdas desgastadas. O formato angular e a dureza das cerdas facilitam os recortes e contornos precisos |
As cerdas gastas deixam a estrutura do pincel mais dura e, com o tempo, tendem a ficar anguladas. Isso facilita a condução para traços definidos e recortes precisos. Na foto abaixo, o detalhe do contorno foi feito com um pincel gasto.
Detalhe de um mural que pintei. Os contornos em preto foram feitos com pincéis desgastados, como os da foto anterior. Feito com tinta latex. |
É importante, após o uso, fazer a lavagem correta dos seus pincéis. As tintas PVA e látex são à base d'água e secam rápido; portanto, se não lavar o pincel após o uso, a tinta seca compromete a qualidade dos fios, tornando-os mais grossos e irregulares, além de queimá-los. Para lavar, recomendo colocar algumas gotas de detergente neutro com água em um recipiente e lavar as cerdas, passando o pincel em movimentos circulares. Repita até que a água não saia mais suja. Pode ser que as cerdas fiquem tingidas, mas isso não é problema. Certifique-se de que não há mais tinta entre os fios. Você pode apertar as cerdas com os dedos e friccionar levemente, facilitando a remoção da tinta. Depois, lave com água corrente e seque os pincéis com um pano seco ou papel toalha. Sugiro deixá-los deitados para que a umidade das cerdas se dissipe, e, uma vez secos, você pode armazená-los. Bom, é isso! Saiba que há grandes pintores que usam apenas esse tipo de pincel e expressam seu talento com maestria, presenteando-nos com obras fantásticas.
Não tenha medo de testar e ouse como artista!
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